Caros amigos
Uma das coisas mais interessantes que tenho verificado ao treinar cavalos é que quando se começa a treinar mais rápido a galope,as performances decrescem.
Aconteceu comigo,com o Rui Brasão,com o Pedro Godinho e duma forma geral com quem tentou passar a treinar mais rápido para melhorar as suas performances em corrida.
A primeira pessoa que se referiu a estes treinos como sendo uma asneira e justificou essa opinião foi o dr. Meirelles.
Na altura referiu que ele treinava a cerca de 20% menos de média do que corria depois,o que me deixou incrédulo,porque a prática e a teoria de quase todos nós era a de que era preciso treinar mais depressa do que se ia correr.
O dr. Meirelles justificou que a treinar mais depressa do que se corre,é impossível treinar os kms suficientes sem lesionar,que são necessários para criar fundo nos cavalos e ocorrerem as transformações fisicas necessárias,que necessitam de muitos kms e horas de treino.
Tendo por base a estagnação e o decrescimo das performances que os meus treinos a maior velocidade provocaram, além das lesões, decidi experimentar os principios do dr. Meirelles, tanto mais que ele tem ganho a corrida mais competitiva do mundo, a President Cup em Abu Dhabi.
Não resisti no entanto a juntar-lhe os principios dos treinos longos de galope do dr. Pierre Cazes, mais a minha ideia fixa de melhorar sem descanso a qualidade do galope dos cavalos.
Lembro que uma autoridade como era o dr. Pierre Cazes,afirmava que um treino de menos de 1h e meia a galope NÃO SERVIA PARA NADA! Advogava mesmo treinos de 3 horas a galope para preparar para provas de 160 kms.
O que observo é que os nossos cavalos,mesmos os mais novos em treino, todos chegaram a 2 horas de galope seguidos, relativamente depressa,sem lesionarem, mas galopando lento a cerca de 17 kms h de média e tendo em atenção os sinais de cansaço durante os treinos,que NUNCA deixamos persistir.Cavalo cansado é para acabar o treino LOGO,medimos isso no pulsómetro, mas também na atitude do cavalo, que quando a galopar calmo mostra bem o cansaço.
Claro que uma das condições para se poder treinar a galope é obter antes um galope calmo,com o cavalo solto e equilibrado, o que só se consegue no picadeiro.
O que vai dito já é conhecido pelos meus amigos mais chegados com quem vou falando com muita frequencia destas experiencias e das conclusões que vou conseguindo tirar, mas o que é novo e digno de nota é que parece que um cavalo pode fazer o mesmo esforço a galopar a média de 18 do que faz a média de 20 ou 21, o que é uma coisa muito interessante.
As nossas experiencias mais recentes mostram uma estabilidade do ritmo cardiaco a galopar a 18 que é igual a galopar a 21, isto é,o esforço metabólico dentro destes parametros é igual, o que explica que se possa depois ir correr 20% acima do que se treinou sem qualquer problema metabólico.
Mas para galopar mais rápido o impacto no solo é muito maior, o desgaste na pele das quartelas igualmente muito mais violento, como nas articulações, etc.
Mais, para certos cavalos galopar abaixo de 18 kms h faz subir o ritmo cardiaco, o que parece ser explicado pela necessidade de terem que galopar muito mais reunidos e portanto em esforço.
Parecem estar a ser encontrados lentamente os fundamentos teóricos das teorias do dr. Meirelles, coisa que tanto me preocupava, porque gosto de perceber o porquê das coisas.
A duração dos treinos de galope é justificada muito bem pelo dr. Cazes,com a necessidade de encontrar nos treinos o equilibrio metabólico antes do treino entrar em velocidade de cruzeiro e ser útil, o que segundo ele demora cerca de 30 mn a obter. Na prática num teino de 30 mn não se chega a treinar em equilibrio e mesmo num de hora e meia só se treina eficazmente durante 1 hora.
Parece entretanto que devemos dar óleo aos cavalos, porque a gordura é o combustível dos musculos em funcionamento aeróbio (dou cerca de 250cc diários), vitamina E e Selénio para os musculos e ferrar bem baixos de talões para poupar os tendões especialmente o suspensor.
Com estas precauções não tenho lesionado.
Mais uma dica: os treinos de galope provocam rigidezes várias e cavalos muito abertos, pelo que nos esforçamos por lhes ensinar a fazer piaffer e depois usamos esse exercicio para combater esses problemas do galope longo, nos intervalos dos treinos,quando são montados no picadeiro. Trabalhamos também exercicios com muita incurvação que tem o mesmo efeito de ajudar a ganharem flexibilidade e não partirem depois nos treinos.
Um grande abraço
Caetano Soares
Uma das coisas mais interessantes que tenho verificado ao treinar cavalos é que quando se começa a treinar mais rápido a galope,as performances decrescem.
Aconteceu comigo,com o Rui Brasão,com o Pedro Godinho e duma forma geral com quem tentou passar a treinar mais rápido para melhorar as suas performances em corrida.
A primeira pessoa que se referiu a estes treinos como sendo uma asneira e justificou essa opinião foi o dr. Meirelles.
Na altura referiu que ele treinava a cerca de 20% menos de média do que corria depois,o que me deixou incrédulo,porque a prática e a teoria de quase todos nós era a de que era preciso treinar mais depressa do que se ia correr.
O dr. Meirelles justificou que a treinar mais depressa do que se corre,é impossível treinar os kms suficientes sem lesionar,que são necessários para criar fundo nos cavalos e ocorrerem as transformações fisicas necessárias,que necessitam de muitos kms e horas de treino.
Tendo por base a estagnação e o decrescimo das performances que os meus treinos a maior velocidade provocaram, além das lesões, decidi experimentar os principios do dr. Meirelles, tanto mais que ele tem ganho a corrida mais competitiva do mundo, a President Cup em Abu Dhabi.
Não resisti no entanto a juntar-lhe os principios dos treinos longos de galope do dr. Pierre Cazes, mais a minha ideia fixa de melhorar sem descanso a qualidade do galope dos cavalos.
Lembro que uma autoridade como era o dr. Pierre Cazes,afirmava que um treino de menos de 1h e meia a galope NÃO SERVIA PARA NADA! Advogava mesmo treinos de 3 horas a galope para preparar para provas de 160 kms.
O que observo é que os nossos cavalos,mesmos os mais novos em treino, todos chegaram a 2 horas de galope seguidos, relativamente depressa,sem lesionarem, mas galopando lento a cerca de 17 kms h de média e tendo em atenção os sinais de cansaço durante os treinos,que NUNCA deixamos persistir.Cavalo cansado é para acabar o treino LOGO,medimos isso no pulsómetro, mas também na atitude do cavalo, que quando a galopar calmo mostra bem o cansaço.
Claro que uma das condições para se poder treinar a galope é obter antes um galope calmo,com o cavalo solto e equilibrado, o que só se consegue no picadeiro.
O que vai dito já é conhecido pelos meus amigos mais chegados com quem vou falando com muita frequencia destas experiencias e das conclusões que vou conseguindo tirar, mas o que é novo e digno de nota é que parece que um cavalo pode fazer o mesmo esforço a galopar a média de 18 do que faz a média de 20 ou 21, o que é uma coisa muito interessante.
As nossas experiencias mais recentes mostram uma estabilidade do ritmo cardiaco a galopar a 18 que é igual a galopar a 21, isto é,o esforço metabólico dentro destes parametros é igual, o que explica que se possa depois ir correr 20% acima do que se treinou sem qualquer problema metabólico.
Mas para galopar mais rápido o impacto no solo é muito maior, o desgaste na pele das quartelas igualmente muito mais violento, como nas articulações, etc.
Mais, para certos cavalos galopar abaixo de 18 kms h faz subir o ritmo cardiaco, o que parece ser explicado pela necessidade de terem que galopar muito mais reunidos e portanto em esforço.
Parecem estar a ser encontrados lentamente os fundamentos teóricos das teorias do dr. Meirelles, coisa que tanto me preocupava, porque gosto de perceber o porquê das coisas.
A duração dos treinos de galope é justificada muito bem pelo dr. Cazes,com a necessidade de encontrar nos treinos o equilibrio metabólico antes do treino entrar em velocidade de cruzeiro e ser útil, o que segundo ele demora cerca de 30 mn a obter. Na prática num teino de 30 mn não se chega a treinar em equilibrio e mesmo num de hora e meia só se treina eficazmente durante 1 hora.
Parece entretanto que devemos dar óleo aos cavalos, porque a gordura é o combustível dos musculos em funcionamento aeróbio (dou cerca de 250cc diários), vitamina E e Selénio para os musculos e ferrar bem baixos de talões para poupar os tendões especialmente o suspensor.
Com estas precauções não tenho lesionado.
Mais uma dica: os treinos de galope provocam rigidezes várias e cavalos muito abertos, pelo que nos esforçamos por lhes ensinar a fazer piaffer e depois usamos esse exercicio para combater esses problemas do galope longo, nos intervalos dos treinos,quando são montados no picadeiro. Trabalhamos também exercicios com muita incurvação que tem o mesmo efeito de ajudar a ganharem flexibilidade e não partirem depois nos treinos.
Um grande abraço
Caetano Soares
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